Sem Natureza não há Nação. As nossas florestas, as nossas montanhas, os nossos animais, os nossos rios e o nosso mar. Foi por tudo isto que os nossos egrégios avós lutaram, por vários milénios.

Portugal é um país com uma rica herança florestal, abrangendo uma variedade de ecossistemas, desde os exuberantes bosques de pinheiros até às encostas verdejantes de sobreiros e azinheiras. No entanto, ao longo das últimas décadas, as florestas portuguesas têm enfrentado completos atentados, com invasões de espécies não autóctones e os imensos incêndios.

O estado das florestas em Portugal tem sido uma preocupação constante, especialmente devido aos incêndios florestais recorrentes. Apesar dos esforços de reflorestação e prevenção, a gestão florestal continua muito mal feita, agravada pelo abandono rural e a falta de recursos para combate aos incêndios. Programas de reflorestação e medidas de prevenção têm sido implementados, mas a necessidade de uma abordagem integrada e atenta persiste ainda sem solução aparente para proteger e preservar as florestas de Portugal. Não é concebível que ano após ano tenhamos de sofrer com incêndios totalmente devastadores para as populações e para a Natureza. Não é concebível que ano após ano soframos completos atentados ao nosso ambiente e que percamos parte importante do nosso ecossistema, pois Portugal não é a fogueira de ninguém. Não é uma terra que se pode queimar para lucrar, para fazer novos hotéis ou campos de golfe. Portugal também não é um eucaliptal: temos de limitar o espaço ocupado por árvores não indígenas e reabilitar o que ainda for possível da flora indígena, pois não é sustentável de outra maneira. Qualquer outra solução será um suicídio ecológico: connosco incluídos. Portugal é a herança dos nossos antepassados e a que deixamos para os nossos netos. Portugal respira, Portugal vive. Vamos tratar Portugal como ele merece e não como uma maneira de obter lucro instantâneo. 

Para enfrentar eficazmente o desafio dos incêndios florestais, é crucial adoptar uma abordagem holística e de longo prazo. Isso inclui investimentos contínuos em prevenção, gestão florestal, capacitação de comunidades locais e cooperação europeia se necessário. Precisamos de criar trabalhos sérios na área da florestação e de cativar jovens para esta área: desde o comum guarda ao engenheiro ambiental, todos são precisos. Além disso, é importante reconhecer a interligação entre os incêndios florestais e os grandes negócios, perseguindo criminalmente de forma severa e realmente punitiva, tanto o arboricida piromaníaco que comete o incêndio como todos os endinheirados que dão a ordem. A proteção das florestas de Portugal requer um compromisso colectivo de conservação, gestão responsável e resiliência face aos desafios actuais e não pode ficar para segundo plano. O assunto tem que ser tratado com a mesma seriedade com que tratamos à Direita questões como a protecção da família e protecção das nossas fronteiras e tem que ser pensado a longo prazo: temos que pensar décadas e séculos à frente do nosso tempo.

É necessária uma reeducação do povo português aos temas verdes, tem de se deixar de ter medo de “bichos” e do verde, temos que os respeitar e voltar a criar uma cultura de aproximação com a floresta como antigamente. Muitos de vós talvez não conhecem as riquíssimas e vastíssimas espécies autóctones que temos em Portugal e se calhar até sem culpa, porque isto realmente não nos é ensinado. Não nos é ensinado como cuidar da nossa terra, da nossa horta, das nossas árvores e plantas. Não nos é ensinado como cuidar dos nossos animais, dos nossos rios e do nosso país. Existe nas décadas recentes uma desconexão cada vez maior com a Natureza, embora anteriormente tivéssemos na nossa população uma forte ligação a ela e ao nosso meio envolvente.

Temos de perder medo de falar dos tabus e admitir que a energia mais verde actualmente é a energia nuclear, que tem sido objecto de avanços no que toca à sua eficácia e segurança, e que, para um país do nosso tamanho, resolveria muitos problemas energéticos que temos e que poderemos continuar a enfrentar no futuro.

Existe um forte abandono rural e um desprezo grande por tudo o que sejam trabalhos neste meio, muitos de nós somos presos a trabalhos de escritório desgastantes que nos foram incutidos pela geração anterior como se fosse uma salvação e a única solução para uma vida melhor. A verdade é que, por mais que possa ou não ter havido miséria no passado, o nível de abandono rural e para outros países causou uma população urbanita muito mais crescida e muito mais dependente. Claro que é irrealista dizer que devíamos todos sair da cidade e viver no campo, e nem é isso que pretendo defender, porque é impossível, e queremos sempre cidades fortes e importantes no nosso país. Mas aqueles que, entre nós, são chamados a retornar a uma vida mais simples ou mais pacata, longe da cidade, talvez devessem arriscar e regressar a essa simplicidade, aprender como trabalhar a terra, aprender como trabalhar os animais, mexer na mesma terra que os seus antepassados mexeram. Cultivar do melhor que temos e espalhar a palavra, aprender e ensinar com o próximo, partilhar uma cultura sustentável, cativar os mais novos e os próximos, mostrar ao mundo o que de bom e belo em Portugal se faz e se cresce, ajudar a melhorar e a reconstruir tudo isto que amamos.

Os nossos antepassados faziam ainda em pleno Reino Suevo rituais à Natureza, ainda com ligações às religiões mais antigas, onde eram oferecidas partes das colheitas à floresta de modo a apaziguar os seres que lá habitavam. Antes ainda, no período megalítico, sabia-se da importância do culto da fertilidade e da marca da passagem das estações do ano como factor que influenciava diretamente as suas vidas e as do meio onde sobreviviam. Se povos, a quem hoje chamamos com alguma arrogância de primitivos, que viviam há mais de dez mil anos em harmonia com a agricultura que praticavam na Natureza e a passaram ao longo de inúmeras gerações, o que dizer de nós que nos achamos mais inteligentes e desprezamos totalmente esta harmonia que sempre existiu?

Nas questões energéticas, não podemos apenas mandar abaixo hectares e hectares de árvores para colocar painéis solares, que vão roubar luz importante ao solo, nem apenas colocar ventoinhas de energia eólica, que estragam a vida de muita fauna à volta. Também não é bom apenas ficarmos a queimar carvão e a poluir mais o nosso país e a nossa saúde. Temos de perder medo de falar dos tabus e admitir que a energia mais verde actualmente é a energia nuclear, que tem sido objecto de avanços no que toca à sua eficácia e segurança, e que, para um país do nosso tamanho, resolveria muitos problemas energéticos que temos e que poderemos continuar a enfrentar no futuro.

Tal como não quis fazer parecer no artigo anterior, não quero estar a ser fatalista, mas neste momento a situação verde do nosso país já viu melhores dias, embora exista tenha havido mais atenção para isto nos tempos recentes. De todo o modo, o que fazemos ainda coloca muito perigo para as nossas florestas e meio rural. Todos os anos alguém destrói património natural, todos os anos ardem milhares e milhares hectares de floresta, todos os anos a população abandona o interior. Mas, por estarmos ainda a falar e alertar para isto, é porque ainda nada está perdido. Temos que mudar o pensamento da nossa nação, deixar de estar confortáveis na nossa realidade que criámos onde ignoramos o que realmente está a acontecer, e enfrentar quem seja para fazer o que tem de ser feito.

E porque é que a luta verde é da Direita? Porque a nossa luta pelo ambiente não é algo que o esquerdista bacoco consegue sequer compreender. A nossa luta é maior que nós, é por Portugal e pela Europa, a nossa luta pretende melhorar a vida de todos e do ambiente. A nossa luta é pelas gerações seguintes. A nossa luta pretende voltar a enaltecer os homens e as mulheres deste país para um futuro melhor, mais verde, mais próspero e mais português. A mente individualista do esquerdista que apenas pensa em afectar a vida de quem não tem culpa directamente e de que quer parecer bem para as redes sociais e para os amigos nunca vai pensar ou apresentar soluções sérias. Temos de ser nós, de Direita, a mostrar e a fazer o caminho. Para salvar a civilização, salvando o nosso povo e salvando o nosso ambiente: por um Portugal melhor e mais autóctone.

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